Em Salvador, bolsonaristas vão às ruas defender tornozeleira e buzinar contra o STF

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prometem ocupar o Farol da Barra, em Salvador, neste domingo (27), a partir das 9h, para protestar contra as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O movimento faz parte de uma série de atos espalhados pelo país em reação às recentes restrições impostas ao ex-mandatário — incluindo a tornozeleira eletrônica, que virou o novo símbolo do bolsonarismo raiz.

A convocação foi feita pelo vereador soteropolitano Cezar Leite (PL), que apelou ao drama em post nas redes sociais: “A ditadura já começou! Bolsonaro silenciado, contas bloqueadas, opositores perseguidos… Ainda duvida que vivemos uma tirania? Marcha pela liberdade!”.

Mas a “marcha pela liberdade” não para por aí — ou por aqui. Em Brasília, o protesto tomará outra forma: um buzinaço. A deputada federal Bia Kicis (PL-DF), com celular em punho, convocou apoiadores para levarem suas buzinas à Estrada Parque Taguatinga (EPTG), nesta sexta-feira (25), a partir das 15h. “Depois a gente vai sair por aí, em todas as passarelas, mobilizar a população. É pela liberdade. Fora Lula e Fora Moraes!”, exclamou a parlamentar, como se estivesse em um trio elétrico imaginário.

Outras cidades também embarcaram na onda: Criciúma (SC), convocada pela deputada Juliana Zanatta (PL-SC), e Manaus (AM), que já teve buzinaço na segunda-feira (21).

Os protestos ocorrem após a operação autorizada por Moraes na última sexta (18), que atingiu Bolsonaro com uma série de medidas cautelares: uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, proibição de usar redes sociais, recolhimento domiciliar noturno, e veto ao contato com outros investigados — inclusive seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Com direito a discurso inflamado, buzina e tornozeleira, o bolsonarismo tenta transformar restrições judiciais em bandeira política. Resta saber se, além de barulho, os atos trarão alguma mudança — ou só mais engajamento nas redes.

Protesto Bolsonarismo na Barra em 2024 – Foto: Denisse Salazar /AG. A TARDE