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Crise na hospedagem coloca em xeque realização da COP30 em Belém

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Faltando pouco mais de 100 dias para a COP30, um grupo de representantes de 25 países enviou uma carta à organização do evento e à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) cobrando providências urgentes quanto à crise de hospedagem em Belém (PA) — cidade-sede da conferência, marcada para acontecer entre os dias 10 e 21 de novembro deste ano.

Segundo revelou a Folha de S.Paulo, o grupo internacional alerta que, caso os preços exorbitantes de hospedagem e as dificuldades logísticas não sejam resolvidos, parte do evento deveria ser transferida para outro local. A sugestão acendeu o alerta dentro do governo federal.

Apesar de reconhecerem o simbolismo da realização da COP na Amazônia brasileira, e o esforço do governo Lula em sediar o evento, os signatários cobram ações concretas e imediatas. “Se a COP inteira for mesmo acontecer em Belém, essas condições precisam ser garantidas”, afirma o documento, que destaca preocupações com segurança, transporte e acessibilidade de acomodações.

Entre os signatários estão blocos como o Grupo de Negociadores Africanos, o Grupo dos Países Menos Desenvolvidos (LDC), além de países como Áustria, Bélgica, Canadá, Finlândia, Holanda, Noruega, Suécia e Suíça. A maior apreensão gira em torno da cúpula de chefes de Estado, uma das etapas mais estratégicas da COP.

O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, confirmou a insatisfação internacional: “Alguns países pediram que a conferência não seja realizada em Belém. Acredito que talvez os hotéis não estejam se dando conta da crise que estão provocando”, declarou na última quinta (31).

Desde o anúncio de Belém como sede, os preços de hospedagem dispararam, e o déficit de leitos se tornou um gargalo. Para contornar a situação, o governo estuda alternativas como o uso de navios cruzeiros, moradias do Minha Casa Minha Vida, escolas públicas, Airbnb e até a investigação de práticas abusivas por parte do setor hoteleiro.

A carta reforça que, pela primeira vez, um número tão grande de delegações ainda não sabe como irá participar do evento, a apenas três meses do início. A indefinição pressiona o Planalto, que vê a COP30 como uma oportunidade política e simbólica para consolidar a liderança do Brasil no debate climático global.

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