Igreja de Salvador emite nota rejeitando batismo de bebês reborn

A tradicional igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, localizada na ladeira do Pelourinho, emitiu uma nota, nesta terça-feira (20), alegando não realizar batismos dos chamados bebês reborn, bonecos hiper-realistas que se tornaram um dos assuntos mais comentados do país nas últimas semanas.

No comunicado, a Igreja declarou que os sacramentos são destinados a pessoas reais, e que a fé está centrada especificamente na vida humana: “Os sacramentos da Igreja são atos sagrados e devem ser tratados com o máximo respeito. O batismo, em especial, é um rito solene destinado a pessoas reais, marcando o início da vida cristã. Por isso, não realizamos batismos nem qualquer atendimento religioso relacionado a bonecas “reborn” ou objetos semelhantes. A nossa fé está centrada na vida e dignidade humanas. Agradecemos a compreensão”.

O que são bonecas reborn?

Do inglês reborn, que significa recém nascido, as bonecas surgiram depois do término da Segunda Guerra Mundial, quando mães britânicas reformavam bonecas antigas para presentear suas filhas.

A prática evoluiu, e na década de 1990 as bonecas passaram a ter características consideradas hiper-realistas. A confecção pode levar dias, e envolve um trabalho intenso de caracterização, como a aplicação de várias camadas de tinta para criar um aspecto mais próximo a um bebe comum e implantes de cabelo fio-a-fio. O corpo é preenchido com materiais como fibras de plumante e saquinhos de areia para simular o peso e a sensação de um bebê real.

Os bebês reborn podem ser personalizados da forma como o cliente quiser, desde gênero a cor da pele, dos olhos e demais características físicas, o que implica diretamente no valor final da boneca. Cada peça pode custar entre R$ 750 e R$ 9.500, dependendo da técnica, do material e da personalização desejada.

O que era para ser uma simples forma de diversão, porém, chegou até mesmo ao plenário da Câmara dos Deputados. As controvérsias vão desde adultos que as tratam como “filhos de verdade”, passando por tentativas de conseguir benefícios públicos exclusivos para bebês, até acusações de desequilíbrio emocional.  

Foto: Reprodução.